The sound of silence


Vazio. É como me sinto, senhorita. Desde que você partiu, nada me restou além do silêncio. Ele vem me visitar esporadicamente, como um velho amigo que quer retomar a amizade. Ah, sim, já fomos amigos antes, por muitos anos. Mas aí você veio. Me tirou do meu casulo, me fez despertar e crescer. E tão rápido como veio, você se foi. E me encontrei perdido mais um vez. Quase posso tocar o silêncio, agora. Ele está em meu ser. Você me fez perceber que há outros amigos, outras vidas, outros gostos, outras pessoas. Mas ele insiste em me acompanhar. Quer dar palpite em tudo que eu faço. Apesar de ser quieto, acaba me convencedo todas as vezes. Receio botar os pés pra fora de casa e dar de cara com você, senhorita. Quem me dera. Ou não. Tenho medo. Mas ele está aqui comigo. Que posso fazer? Os únicos momentos em que fui realmente livre e feliz foram os que passei ao seu lado. Aquelas tardes gostosas, preenchidas com as mais doces risadas, com os mais suaves beijos, com os mais incisivos toques... você me levou tudo isso. Mas ainda tenho minhas lembranças, essas você não pode tirar de mim. Nem sei porque escrevo essa carta, porque nem seu nome verdadeiro eu sei, senhorita. Você me pegou, um bobo apaixonado. Ainda sou. Espero que um dia você me leia. E perceba o quanto me fez bem, mesmo me fazendo mal. Agora preciso ir, o meu amigo me chama.Hello darkness, my old friend. I've come to talk to you again.

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